O cinema é uma das minhas grandes paixões, por isso, pretendo fazer neste blog uma sessão dedicada aos filmes que mais gosto ou desgosto.
Quando assisto a um filme não me interessa só a estória, sou apaixonada pela arte, analiso a fotografia, a produção, a trilha sonora, mas especialmente me encanta o trabalho de direção.
Confesso que não entendia direito o que significava uma boa direção cinematográfica, acho que ainda não entendo, mas meu coração entende e isso basta. O que sei é que um bom diretor pode transformar um roteiro medíocre numa pérola e um diretor ruim pode estragar uma boa estória.
Entre os meus diretores favoritos está Clint Eastwood, ele tem um jeito de conduzir as coisas que mesmo quando não está atuando é possível ver a sua assinatura.
O último filme dele que assisti foi Here After (no Brasil Além da Vida) é a estória de três pessoas que tem um contato direto com a morte e vêem suas vidas ligadas e transformadas por isso.
Uma das personagens sobrevive a um tsunami e percebe como sua vida era sem sentido e fulgaz. O outro personagem é um médium que foge desse legado. E por fim um garoto que perde o irmão gêmeo.
Todos os atores são maravilhosos, Matt Damon dá um show de interpretação na pele do médium que não enxerga a mediunidade como dom.
Mas, para mim, o mais encantador foi o garotinho, ele vive a dor da perda de uma forma tão notável, tão verdadeira. No meu ver é a personificação dessa busca vã, vivida pela maioria das pessoas, por um sentido, por algo que falta, aquele pedaço que geralmente só pode ser encontrado no outro e que julgamos capaz de tornar a vida completa.
O mais interessante é a forma como Clint trabalha o roteiro para tornar crível o encontro improvável dessas pessoas e como no fim ambas se ajudam.
Os críticos disseram que o interesse sobre a morte se deve ao fato de Clint estar muito perto dela, ele tem 80 anos e já perdeu a maioria dos amigos.
Isso pode ser verdade, não li nenhum comentário dele a esse respeito, mas o que sei é que esse tema é inevitável para qualquer pessoa, seja qual for a idade e isso está bem claro no filme.
As pessoas que tiveram contato com a iminência da morte não estavam idosas, nada no filme remete a essa sensação de naturalidade por se estar em idade avançada. Os personagens são jovens e mesmo assim a morte lhes cai de forma natural, porque é assim que é.
Para mim o que Clint tentou dizer com o filme é que ninguém tem prazo certo, a morte chega um dia, invariavelmente, sejamos jovens ou velhos, mas a diferença está no que fazemos durante o tempo que temos.
Um dia pode ser o suficiente para se ter uma vida plena, assim como 100 anos pode ser tempo demais para uma vida sem sentido.
Não importa se estamos velhos ou jovens e sim se somos capazes de fazer a jornada, seja de que tamanho for, valer à pena.
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