sexta-feira, dezembro 16, 2011

Sessão Cinema - Estômago


Entre comer e ser comido, o estereotipado descobre uma terceira via para garantir sua dignidade. (Geo Euzébio)

O cinema nacional vem crescendo a cada ano, reivindicando seu papel na história da maior arte do século XX. Os filmes brasileiros recebem prêmios e são aclamados pela crítica e agora conseguem também o reconhecimento do público que, cada vez mais, lota as salas de cinema.
Ganhador do prêmio de melhor filme, eleito pelo público, no festival do Rio em 2007, Estômago poderia ter sido apenas mais um filme baseado na idéia clichê do nordestino que vai para cidade grande em busca de dias melhores. Mas com pitadas de bom humor e “Alecrim” a história vai muito além do previsível que o contexto pode sugerir.
Dirigido por Marcos Jorge o filme começa com Raimundo Nonato (João Miguel) contado a história do nascimento de um queijo nobre. Recheada de sabores, aromas e odores a história se passa em dois tempos, narrada através flashbacks, que, de tão sutis, são um deleite que aguçam a curiosidade. Em um deles Nonato está dividindo a cela com outros presos, usando seus dotes culinários para garantir a sobrevivência diária. No outro ele se aventura pela cozinha italiana depois de ser recrutado como assistente de cozinha por Giovanni (Carlos Brianni) refinando um talento, até então, desconhecido. E no meio disso tudo surge Iria (Fabíula Nascimento) que se farta com a comida de Nonato e em troca lhe mostra outras delícias da vida.
Nonato, em todos os tempos do filme, aparenta extrema fragilidade, que transpõe à tela a fábula do lobo em pele de cordeiro. E não por maldade, ele usa essa arma com maestria, afinal, quem nunca ouviu o dito popular que as pessoas são pegas pelo estômago.
Estômago é um grande filme nacional, não é à toa ter ganhado tantos prêmios, sua força está na qualidade das atuações, principalmente no carisma de Raimundo Nonato que subverte a ordem das coisas transformando o esperado em algo, totalmente e deliciosamente, surpreendente.

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Mistério de Vida

Quem nunca utilizou um clichê para definir algo comum?
Os clichês, geralmente, são frases de efeito que resumem aquilo que sabemos, mas escolhemos não perceber. Acho que eles servem para nos lembrar outra máxima do dia a dia, a de que a vida está nos pequenos detalhes.
A vida é um mistério sem critério.
A princípio parece uma conclusão filosófica, mas é mais simples que isso.
A vida é a arte de não revelar todas as coisas, de não dizer todos os detalhes, de não explicar todos os desejos, de não contar todos os segredos.
Penso que é esse ar de mistério que impulsiona a vida, que nos faz querer a próxima conversa, ler as próximas linhas, ver o próximo programa ou, simplesmente, assistir a continuação de um filme.
Não há nada muito elaborado, mas por ser uma arte é necessário certo cuidado para manter a atenção. É mais ou menos como um diretor editando um filme, ele precisa ter delicadeza e sensibilidade para escolher o corte certo e colocar tudo numa sequência que mantenha o expectador ávido em saber o que virá.
Quantas vezes você já se pegou pensando se a sequência escolhida para a próxima cena do capítulo da sua vida era a mais adequada? Se ela seria capaz de manter o interesse do seu expectador? Quantas vezes você já parou para pensar se há na sua vida algum expectador?
Agora eu poderia dizer algo bem clichê, como por exemplo, de que você é o grande expectador da sua vida. Mas isso parece mais uma grande baboseira tirada de um livro de auto ajuda. Afinal, ninguém é uma ilha para viver só. E por não quererermos viver sós é que amamos, escrevemos em blogs, damos telefonemas.
Se o critério da vida é ser mistério concluo que a vida da vida está na clareza das entrelinhas, na percepção de que o silêncio diz mais que as palavras e de que, até os melhores diretores tem seus fracassos de bilheteria.

terça-feira, novembro 22, 2011

Quando nasce um escritor?

Muito bom acompanhar o nascimento de um escritor, ver alguém vencer as barreiras e dividir seus pensamentos com o outro.
Dia desses tive a grata surpresa de receber o primeiro livro do meu sobrinho Matheus. Ele tem 10 anos e escreveu o livro como projeto da escola, mas as ideias dele me surpreenderam, uma noção sobre a vida que eu não tinha nessa idade. Não sei se ele vai seguir carreira, mas é bacana acompanhar o nascimento de uma ideia, participar de um momento tão bacana na vida de alguém.
Não sei precisar quando surgiu em mim a vontade de escrever, me lembro que mesmo antes de ser alfabetizada eu contava estórias baseadas nas figuras que via nos livros. Acho que logo que aprendi a ler a escritora (permitam-me essa pequena pretensão) que pulsava dentro de mim ganhou vida.
Desde muito cedo já colecionava diários e na escola tudo relativo a escrita me chamava a atenção, fui jornalista, historiadora, enfim, se era para contar uma estória lá estava eu.
Quando o mundo dos blogs começou não tive dúvidas que aquela seria a minha via para mostrar as pessoas as  coisas que escrevo. No começo foi difícil porque para mim escrever sempre foi expor meus sentimentos e nos meus textos me via vulnerável, então comecei a desenvolver um jeito de dizer sem querer dizer, de me mostrar sem revelar demais. Houve um tempo que comecei a considerar a exposição muito grande e cogitei e ideia de parar de escrever em público (afinal é meio isso que acontece quando a gente publica as coisas num blog). Só consegui superar essa fase quando assisti a uma entrevista de Marta Medeiros em que ela dizia que seus textos sempre traziam algo da sua experiência, mesmo que fosse ficção era impossível dissociar a pessoa escritora da persona que habitava os textos.
Foi a partir dessa entrevista que relaxei e percebi que a minha essência sempre estaria naquilo que eu escrevesse.
Não sou uma escritora reconhecida como a Marta ou outras tantas que admiro, mas no meu mundinho tenho aquelas pessoas que admiram as coisas que escrevo, tenho o amigo que se diz siderado nas coisas que escrevo e a amiga que sempre quer saber qual a ideia original, o que me moveu. Outro dia recebi um email dessa amiga, pedindo que eu "esmagasse com palavras as entrelinhas" porque ela estava curiosa e queria saber o porque do porque... Acho divertido e lisonjeiro porque sempre quis conversar com meus autores favoritos e fazer as mesmas perguntas que ela me faz.
Essa semana tive uma surpresa boa, o amigo, aquele siderado nas coisas que escrevo, resolveu me mandar um texto seu, naquele momento fiquei muito feliz porque lá estava eu, mais uma vez, acompanhando o nascimento de um escritor. O texto, recheado de um humor cortante, contava a história do seu nascimento e a presença de um anjo roto e mal trapilho... A escrita dele é tão boa que espero que não lhe falte inspiração e que, em breve, mais gente possa  se deliciar com as estórias contadas por ele.
Quanto a mim, só me resta agradecer, quem sabe ao anjo roto e mal trapilho, por ter trazido ao mundo mais um excelente escritor e ter feito dele meu amigo...

segunda-feira, setembro 19, 2011

Sessão Cinema – O Solista



Filmes baseados em fatos reais podem ser um completo desastre quando partem para a exploração piegas de contar a vida de alguém. Não é o que acontece com essa belíssima película dirigida por Joe Wright, protagonizada por Robert Downey Jr e Jamie Fox.
O filme conta a história de Steve Lopez (Robert Downey Jr), um ávido repórter do Los Angeles Times, que está sempre em busca de histórias interessantes. Disposto a fazer o melhor no trabalho Steve tem uma vida pessoal despedaçada onde sua grande preocupação é encontrar um modo de afugentar os guaxinins que insistem em destruir seu jardim. Até que um dia, andando pelas ruas caóticas de Los Angeles, ele ouve uma música tão linda, capaz de silenciar todo barulho daquela cidade pungente. É nesse momento que Steve conhece Nathaniel Ayers (Jamie Foxx) morador de rua que toca um violino com apenas duas cordas de forma brilhante.
A reação de contentamento se mistura ao sentimento de tristeza ao se deparar com tamanho talento desperdiçado num túnel sujo da cidade. Logo Steve percebe que Nathaniel sofre de esquizofrenia e por isso não conseguiu dar continuidade a sua carreira musical iniciada ainda na infância e quase perdida desde o abandono de Juliard, uma das melhores escolas de música do mundo.
Como grande repórter que é Steve Lopez resolve contar a história de Nathaniel em sua coluna no jornal. Ao ler a matéria uma leitora doa um violoncelo ao músico e isso liga a vida do jornalista a do músico de forma comovente, criando um laço de amizade capaz de salvar a vida de ambos.
O Solista é desses filmes tocantes, que emociona desde o início, a história é contada de um jeito tão maravilhoso e encantador que vai além do que os olhos podem ver, é algo para ser sentido.
O diretor faz um trabalho surpreendente e permite aos atores interpretações magníficas que ultrapassam a simples história de um jornalista que encontra um músico mendigo.
Os personagens estão numa jornada de volta para o lar que não se traduz apenas no espaço físico, mas sim naquele lugar dentro de cada um que traz uma plenitude capaz de transformar vidas que até então pareciam, irremediavelmente, perdidas.
Ficha Técnica
Título original: (The Soloist)
Direção: Joe Wright
Atores: Jamie Foxx, Robert Downey Jr., Michael Bunin, Marcos de Silvas.
Duração: 117 min
Gênero: Drama
   

quarta-feira, junho 29, 2011

Heitor e Miguel

No dia 17 de junho o celular tocou de madrugada, a voz aflita do meu cunhado dizia que os meninos iriam nascer dois meses antes do previsto.

Naquele momento chorei em silêncio e pedi a proteção divina para minha irmã e seus filhinhos.

Luiza chegou a Montes Claros, sentindo fortes contrações. A médica confirmou o início do trabalho de parto. Diante da situação de risco ligou primeiro para a Santa Casa, mas foi informada que não havia leitos disponíveis no CTI neonatal, a mesma resposta foi dada pelo HU. Mesmo com a negativa de ambos os hospitais nossa médica, Dra. Juciméia, nos orientou a ir ao HU.

Quando chegamos ao Hospital Luiza recebeu a qualificação laranja, ou seja, o caso era urgente, precisava de atendimento imediato.

Na maternidade fomos atendidos pelo Dr. Anderson, natural de Itacarambí. Ele confirmou a falta de leitos no CTI neonatal e disse que a equipe faria o possível para cuidar dos bebês, mas que sem o CTI não havia garantias quanto à recuperação dos meninos.

Naquele momento senti como se tivesse sido atropelada por um caminhão, uma sensação de impotência me invadiu, estava ali vivendo o drama do descaso que acomete o Brasil e especialmente a região Norte Mineira.

O médico procedeu à internação da minha irmã, mas ele também não se conformava que os meninos tivessem que nascer daquele jeito.

Então num momento de luz ele se lembrou do CTI neonatal de Janaúba e como Luiza já estava no “sistema” se houvesse os leitos lá a prioridade era dela.

Na mesma hora liguei para André Rocha, amigo e secretário de saúde de Januária, pedindo que ele nos ajudasse. Enquanto isso o Dr. Anderson ligava para Janaúba e confirmava com o Dr. Luis a existência dos leitos para atender os meninos.

Em poucos minutos tivemos que tomar a decisão de deslocar uma grávida de gêmeos, em franco trabalho de parto, para Janaúba, a 120 km de Montes Claros.

Tomada a decisão de ir para Janaúba partimos para a procura de uma ambulância, a médica responsável pela obstetrícia do HU, Dra. Edimiuza, se desdobrou ao telefone tentando encontrar um carro disponível, mas a dificuldade era grande. Luiza já estava com quatro centímetros de dilatação e a espera tornava tudo mais complicado.

Então, mais uma vez, o celular tocou, do outro lado, era o amigo André que havia disponibilizado uma ambulância para levar minha irmã até Janaúba.

Acompanhada pelo Dr. Anderson, uma enfermeira (infelizmente não sei o nome) e meu cunhado, Luiza saiu de Montes Claros por volta do meio dia. A presteza do motorista foi fundamental, pois por pouco Heitor nasceria na ambulância.

Em Janaúba o parto foi feito pelo Dr. Luis (colega de Faculdade do meu querido pediatra Dr. Eustáquio Azevedo) e o pediatra Dr. Hebert cuidou dos meninos. Como previsto pelo Dr. Anderson tanto Heitor quanto Miguel precisaram dos cuidados que só poderiam ser dados em uma UTI neonatal, ambos foram para o respirador pois o pulmão não estava maduro.

Ir para Janaúba foi à melhor decisão e agradeço todos os dias pelo CTI que existe naquela cidade. Mas ao mesmo tempo me sinto indignada porque o descaso com a saúde pública quase tirou a chance de sobrevivência de Heitor e Miguel.

Depois desse episódio me pego pensando em quantas pessoas não tiveram a mesma sorte que a nossa família. Fico pensando em quantas crianças ainda vão morrer, em quantos pais, mães, tias, avós que não terão a chance de ver seus filhos, sobrinhos e netos crescerem. Isso não está certo.

Não quero criticar este ou aquele político, sei que a questão é maior, não é possível apontar um único culpado porque são anos de descaso, anos de farra com o dinheiro público, anos de corrupção, mas naquele dia percebi que a mazela da saúde se dá em cadeia, minha irmã saiu de Januária e foi parar em Janaúba porque o “sistema” não funciona.

Até o dia 17 de junho nunca havia sentido tão de perto o sofrimento de quem depende da saúde pública, até aquele dia achava possível viver a vida sem pensar em como a política afeta tudo, foi preciso ficar diante de um cenário tão desolador para compreender a dimensão das coisas.

Como disse não cabe a mim apontar culpados, isso seria leviano, mas talvez seja preciso refletir sobre as nossas escolhas e como elas podem afetar a vida de muita gente. Pode parecer uma simples decisão, mas as conseqüências virão e atingirão a todos, sem exceção.

Passado o sufoco quero agradecer a Nossa Senhora Aparecida que ouviu todas as minhas preces e colocou no caminho da minha irmã e dos meus sobrinhos verdadeiros Anjos da Guarda, em especial agradeço a equipe do Hospital FundaJan de Janaúba pelo carinho dedicado aos meninos.

Eles seguem na UTI, mas agora já respiram sozinhos. Miguel, por ser o maior, já está mamando no peito e na quarta-feira tomou o primeiro banho de verdade. Heitor, o menor, ainda se alimenta através de uma sonda e toma banho de “gato” como diz minha irmã. Eles estão bem, se recuperando e isso traz muita alegria.

No fim deu tudo certo, como disse o Dr. Anderson, mas o meu desejo é que ninguém precise passar pelo que passamos e que todas as crianças tenham direito de nascer em suas cidades.

quarta-feira, junho 15, 2011

Cadê a moça?

Ando sumida...
Primeiro foi uma gripe daquelas que me abateu durante uma semana...
Agora é uma alguma "ite" que não me deixa pensar em nada... A inspiração até aparece, mas não tenho conseguido articular as palavras.
Arrisquei um texto sobre o filme O Iluminado, mas não saí do terceiro parágrafo.
Ah, falando em filmes recomendo Biutiful, é maravilhoso, algo "bunito" (acho que essa poderia ser a tradução do Silvio Santos) mesmo...
Bom, mas agora vou indo, só queria dar sinal de vida mesmo caso alguém tenha sentido falta da moça que vos fala...
Até breve...

sexta-feira, junho 03, 2011

Get it Right - Original Song Glee

Vou deixar a música falar por mim, ou melhor, falar para mim...

segunda-feira, maio 30, 2011

Sessão Cinema – Insolação

Guiada pela curiosidade do nome tive uma grata surpresa ao assistir Insolação, filme nacional dirigido pelo estreante Felipe Hirsh e Daniela Thomas.

É um filme difícil de classificar, mas tomo emprestadas as palavras de Celso Sabadin para dizer que é pura poesia.

Não é um filme fácil, com histórias lineares, não tem começo, meio e fim e isso intriga, perturba, incomoda, acho que pode não agradar a todos, pois é preciso um grau de abstração para mergulhar nas questões de cada personagem.

O filme tem um ar teatral e inicia com um monólogo interpretado por Paulo José sobre a busca insólita do amor. Talvez essa seja a única faceta constante em todos os personagens, a busca pelo amor.

As histórias se passam em Brasília que numa magnífica direção de arte e fotografia aparece vazia, abandonada, como um sonho que começa, é edificado, mas que depois perde o sentido.

Para mim a escolha de Brasília traz uma aridez tocante, porque, de certa forma, a cidade expressa essa solidão, mesmo na normalidade do dia-a-dia, no chamado plano piloto quase não se vê gente na rua e os carros passam rápido, tudo é muito longe, quase inalcançável, assim como a busca pelo amor.

Os personagens vivem histórias desconexas entre si que vão desde o menino que experimenta a ternura do primeiro amor por uma moça mais velha, vivida por Leandra Leal à inquietação de uma ninfomaníaca interpretada por Simone Spoladore. A propósito, Simone Spoladore está magnífica, ela traz uma humanidade cortante, doída a personagem, talvez uma de suas melhores interpretações.

Paulo José é um suicida mal sucedido que recita textos e versos numa tentativa de explicar o inexplicável do amor. O personagem traz um tom áspero e macio, quente e frio, terno e violento como água prestes a entrar em ebulição.

As falas são longas, às vezes permanece um silêncio aterrador, há uma monotonia necessária na construção de cada linha, mas que com abstração e paciência comove, toca no mais intimo do Ser humano.

Talvez pela raridade da obra seja tão difícil descrever, dar nome ao sentimento experimentado, quantificar a emoção. Sei que nem todo mundo verá a beleza que enxerguei, mas aí reside o mistério da arte e também do amor, algumas vezes a gente embarca, outras não. O importante é se permitir, ao menos, tentar.

FICHA TÉCNICA

Diretor: Felipe Hirsch, Daniela Thomas

Elenco: Paulo José, Antonio Medeiros, Simone Spoladore, Leonardo Medeiros, André Frateschi, Maria Luisa Mendonça, Leandra Leal, Jorge Emil, Daniela Piepszyk, Emilio di Biasi.

Produção: Sara Silveira, Beto Amaral, Pedro Igor Alcântara, Maria Ionescu.

Roteiro: Will Eno, Sam Lipsyte

Fotografia: Mauro Pinheiro Jr.

Trilha Sonora: Arthur de Faria

Duração: 93 min.

Ano: 2009

País: Brasil

Gênero: Romance

Cor: Colorido

Distribuidora: Europa Filmes

Classificação: Livre

terça-feira, maio 24, 2011

Quase sem Querer - Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Renato Rocha

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso,
Só que agora é diferente:
Sou tão tranqüilo e tão contente.

Quantas chances desperdicei,
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.

Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira,
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.

Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.

Tão correto e tão bonito;
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos!
Sei que, às vezes, uso
Palavras repetidas,
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?

Me disseram que você
Estava chorando
E foi então que eu percebi
Como lhe quero tanto.

Já não me preocupo se eu não sei por que.
Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você.

Agora só sei que não sei de nada, mas segundo a opinião especializada isso também é caminho.

Ainda não acredito nas possibilidades, ainda não me vejo como dizem, mas repito as palavras a mim mesma, com esperança que o potencial se concretize...

Por enquanto... Nonada... Reminiscências...

segunda-feira, maio 23, 2011

Sobre Ídolos

Desde a descoberta do Orkut sempre aceitei os convites para participar de redes sociais, isso porque acabei encontrando pessoas muito queridas que sem tais recursos dificilmente tivesse notícia.

No Brasil o Orkut virou fonte de grandes confusões, muitos perfis falsos o que afastou a classe artística.

Entretanto no twitter essas pessoas encontraram um caminho de comunicação, uma forma de interação com os fãs. Os artistas começaram a usar o twitter para dar suas opiniões se mostrando tão normais quanto qualquer um de nós pobres mortais.

Confesso que o twitter não é a rede social que mais acesso, mas há alguns dias acessei o site e lá estava o convite para a twittecam do Humberto Gessinger, vocalista do Engenheiros do Hawai.

Não sabia o que iria acontecer, nunca havia participado de tal evento, mas no dia e hora marcados acessei o link disponibilizado pelo Humberto e tive uma grata surpresa.

Para aqueles que, como eu, são novos nas ferramentas disponibilizadas pelo twitter, a twittecam nada mais é que o compartilhamento de vídeo em tempo real. Através do sistema é possível conversar, dar entrevistas ou fazer um pequeno show do estúdio de casa para mais de 6 mil pessoas se tornando um dos assuntos mais comentados na rede.

E para minha alegria foi exatamente isso que aconteceu. O “show” começou um pouco atrasado em virtude de problemas na transmissão, infelizmente o Humberto cantou duas músicas sem que fossem ouvidas por ninguém. Depois de resolvido o contratempo foi um deleite só.

Mais de uma hora cantando músicas ótimas, com letras comoventes e especiais, sem contar com a simpatia de abrir o estúdio da própria casa para os fãs.

Nesse dia o Humberto estava inspirado, tocou gaita, piano, agradeceu ao carinho dos fãs e pediu chã para a esposa, pois o frio em Porto Alegre já havia chegado.

A noite foi emocionante, mesmo para mim que até então era simples admiradora do trabalho do Humberto. Digo isso porque depois de presenciar tamanha consideração e ouvir com mais cuidado as letras das músicas posso dizer que me tornei fã do Gessinger.

Naquela noite o 1Berto (como ele gosta de escrever) fez valer o ditado de que o artista vai onde o povo está, ele tem usado o twitter de forma brilhante para divulgar seu shows, livros e para se comunicar com os fãs.

Rendo aqui minhas homenagens a um artista genuíno no melhor significado da palavra.

Para quem se interessar esse é o twitter dele.

Informações sobre shows e os livros acesse o site do Pouca Vogal.

terça-feira, maio 17, 2011

Cotidiano

Quando mudei o blog de servidor comecei a postar várias poesias. E agora me sinto meio presa, como se este fosse um blog exclusivamente poético.

A verdade é que não é, mas por algum motivo acho que fiquei com essa impressão.

E agora qualquer escrito que não seja poético não parece digno de ser publicado.

Ando sem inspiração para a poesia, mas com muita vontade de escrever sobre o cotidiano. Na verdade não quero escrever sobre qualquer cotidiano e sim sobre o meu.

Foi nesse ponto que fiquei meio empacada porque me senti uma adolescente estúpida escrevendo para si mesma como foi seu dia, mas só agora percebi que escrever sempre foi a minha salvação. Escrever é um jeito de me olhar, seja na poesia ou nas bobagens do meu dia a dia.

A verdade é que não tenho feito muita coisa, ultimamente, ou melhor, há algum tempo, não tenho realizado grandes feitos.

Praticamente não leio mais, assisto a muitos filmes, mas não consigo escrever uma linha sobre nenhum deles. Não tenho estudado. Acordo cheia de planos, de resoluções que possam fazer meus dias mais produtivos, mas acabo sempre não fazendo nada. E assim vou sobrevivendo.

Para não dizer que não cumpro quase nenhum dos meus propósitos nas últimas duas semanas comecei uma atividade física, estou praticando muay thai, algo muito bom. Acho que essas aulas tem sido o ponto alto dos meus dias.

Outra resolução importante é a tentativa de parar de fumar, essa tem sido uma das coisas mais difíceis para mim, estou tentando um novo sistema para tentar diminuir aos poucos, vamos ver como o quadro evolui nos próximos dias.

No mais ando esperando por notícias na área profissional, tenho esperança que algo bom aconteça e me ajude a sair desse marasmo no qual mergulhei minha vida nos últimos tempos...

Pensando bem acho que preciso fazer algo enquanto outras coisas não acontecem, pois ainda que na vida seja preciso esperar melhor que não seja uma espera vã...

segunda-feira, maio 09, 2011

Dúvida

Ser a regra ou exceção?
Ser especial ou mais um na multidão?

quinta-feira, maio 05, 2011

Quintal

Quer conhecer o meu quintal?

Lá tem céu de algodão

Livres

A gente solta balão

Sem problema

Ou confusão

No meu quintal

A gente pendura no varal

Toda e qualquer obrigação

Deixa o sol queimar

Até esturricar

Toda mágoa e tristeza

No meu quintal

Só é preciso um pouco de destreza

Pra passar pelo jardim

Que tem flores com espim

Mais depois...

Depois é uma beleza

Tem o céu de algodão

E a lua encantada

Que existe só no meu sertão

terça-feira, maio 03, 2011

So Long

I Give up
I'm letting go
Of what i was
So long
Goodbye
Old me...


Allegra*

Inspiração foi se embora
E a poesia que existia
Não vigora
E é por isso que eu digo
Vou me embora
Buscar felicidade
Onde ela ainda mora
Em frases
Versos remendados
Escritos ou cantados
Me ponho a esperar
A canção que era fácil
Não existe aqui nem lá
Inspiração foi se embora
E a saudade no meu peito
Não demora
E é por isso que eu deito
Aqui fora
Porque sei que ela volta
Qualquer hora

*Inspirada na canção Felicidade de Lupicínio Rodrigues

segunda-feira, maio 02, 2011

Cadência

Muita informação, céu do sertão...
Folhas douradas do outono no norte, estrada vazia, cheia de esperança, paisagem que muda, azul infinito.
Todas as cores de algo belo, coisas que sempre estiveram aqui, latentes, agora vejo, posso olhá-las, sem medo...
Imensidão do infinito, mil estrelas no escuro, assim é bem melhor!
Vontade tremenda, não passa despercebida, desejo de fazer tudo certo, ainda assim muita coisa acontece, tudo de uma só vez, liquidificador de gente, esperança que vem e vai.
Felicidade incontida no cerrado, primavera dentro de mim, frio aqui fora, alma serena.
Palavras ditas e não ditas, difícil explicar, desejo maior, reluz algo bom, ternura, vem de algum lugar inesperado, não sei explicar.
Cadência da música, me faz esperar, me leva a viajar sem barreiras, procurar um canto escondido para ser eu mesma...

sexta-feira, abril 29, 2011

Desejo

Eu quis tudo de uma vez
Agora tenho simples desejo
Um viver que se transforme
Ultrapasse entendimento
Seja, enfim, verdadeiro

terça-feira, abril 26, 2011

John Lennon e o Meu Momento

Mother, you had me, but I never had you
I wanted you, you didn't want me...

segunda-feira, abril 25, 2011

Toda Forma de Amor- Lulu Santos

Eu não pedi pra nascer
Eu não nasci pra perder
Nem vou sobrar de vítima
Das circunstâncias
Eu tô plugado na vida
Eu tô curando a ferida
Às vezes eu me sinto
Uma bala perdida

Um prolongado feriado que trouxe o caos, mas também a chance de mudança.
Agora será preciso nervos de aço para enfrentar o terremoto acompanhado de tsunami que se forma logo ali.
Eu me abrigo em mim.

terça-feira, abril 19, 2011

Sereníssima - Renato Russo

Mais uma música da adolescência de outrora...
Saudade do que existiu...

domingo, abril 17, 2011

Quando Preparar o Coração

"No início você sentará um pouco longe de mim, assim, na grama. Eu olharei para você com o canto dos olhos e você não dirá nada. As palavras são uma fonte de mal-entendidos. Mas cada dia você poderá se sentar um pouco mais perto... Se você vier, por exemplo, todas as tardes, às quatro, a partir das três eu começarei a ser feliz. Com o passar da hora, a minha felicidade vai aumentar. Quando chegarem as quatro horas, começarei a me agitar e a me inquietar; descobrirei o preço da felicidade! Mas se você vem a qualquer hora, eu não saberei nunca a que horas devo preparar meu coração..."

Trecho do Livro - O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, abril 15, 2011

Coleção

Coleciono lembranças
Então escrevo
E assim
Vou guardando o tempo

quarta-feira, abril 13, 2011

Sertão*

Sempre vou me lembrar

Daquele momento

Que durou pra sempre

E terminou tão rápido

Era fim de tarde

Sozinho você contemplava

O céu de outono

Eu já não era a mesma

Estava num lugar

Onde ninguém podia me encontrar

Todos os sentimentos guardados

Profundamente

E de repente

Vi você chorar

Era fim de setembro

E eu já havia te visto antes

Sempre frio

Mas eu não tinha certeza

Tudo parecia frágil

E você contemplava

O céu de outono

Sozinho

E já não era mais a mesma

Pensei em te abraçar

Queria te conhecer

Ser tudo pra você

Te levar pra um lugar

Que não deixava ninguém entrar

E assim

Poder

Ser Tão

Tua

*Poema inspirado na música Cry de Mandy Moore - veja o clip

segunda-feira, abril 11, 2011

Chasing Cars - Snow Patrol

We'll do it all
Everything
On our own

We don't need
Anything
Or anyone

If I lay here
If I just lay here
Would you lay with me and just forget the world?

I don't quite know
How to say
How I feel

Those three words
Are said too much
They're not enough

If I lay here
If I just lay here
Would you lay with me and just forget the world?

Forget what we're told
Before we get too old
Show me a garden that's bursting into life

Let's waste time
Chasing cars
Around our heads

I need your grace
To remind me
To find my own

If I lay here
If I just lay here
Would you lay with me and just forget the world?

Forget what we're told
Before we get too old
Show me a garden that's bursting into life

All that I am
All that I ever was
Is here in your perfect eyes, they're all I can see

I don't know where
Confused about how as well
Just know that these things will never change for us at all

If I lay here
If I just lay here
Would you lay with me and just forget the world?


Seguindo Carros – Snow Patrol

Nós faremos tudo
Tudo
Por nossa conta

Nós não precisamos
De nada
Ou de ninguém

Se eu me deitar aqui
Se eu simplesmente me deitar aqui
Você deitaria comigo e esqueceria o mundo?

Eu não sei bem
Como dizer
Como eu sinto

Aquelas três palavras
São ditas demais
Elas não são o suficiente

Se eu me deitar aqui
Se eu simplesmente me deitar aqui
Você deitaria comigo e esqueceria o mundo?

Esqueça o que nos disseram
Antes que fiquemos velhos demais
Mostre-me um jardim que está se abrindo em sua vida

Vamos passar o tempo
Seguindo carros
Em volta de nossas cabeças

Eu preciso da sua beleza
Para me lembrar
De achar a minha

Se eu me deitar aqui
Se eu simplesmente me deitar aqui
Você deitaria comigo e esqueceria o mundo?

Esqueça do que nos falaram
Antes que fiquemos velhos demais
Mostre-me um jardim que está se abrindo em sua vida.

Tudo o que eu sou
Tudo que já fui
Está aqui nos seus olhos perfeitos, eles são tudo o que consigo ver

Eu não sei onde
Também estou confuso sobre “como”

Apenas sei que estas coisas nunca mudarão para nós

Se eu me deitar aqui
Se eu simplesmente me deitar aqui
Você deitaria comigo e esqueceria o mundo?

Clique aqui para ver o clip

domingo, abril 10, 2011

Fascinação - por Letícia Mota e Rafaelle Benevides*

A mão que toca

Arrepio

Olhar se cruza

Calafrio

Abraço longo

Desafio

Fecha os olhos

Dá o gosto

Lânguido

Percorre o corpo

Aquece a alma

Do desejo a vontade

Ouve a voz do coração

Na cor da pele

A sedução

No tom da voz

A emoção

Da sina de menina

Que desatina

Fascinação

Imprime marcas

Idioma sem palavras

Necessária combustão

Faz sina ação


*Poesia Escafandrista

Sabor da Tarde

O domingo.

Rosa como as bochechas.

Bem de longe há o cheiro do vaqueiro.

As palavras traduzidas trazem o sabor da tarde.

Coração se alegra quando ouve o toque.

E descansa ao lado, esperando por sinal.

Sinal de vida?

Tal e qual...

quinta-feira, abril 07, 2011

Curious - Holly Brook

Someone tell me what to do
I feel like i must be a fool
For ending up right back at the start
The things that we don't comprehend
Are laughing at my mind again
I think that i think too hard
And i don't give enough credit to my heart

I'm so
Damn curious to know
And there are too
Many unanswered questions
That we hold onto

I've put my theories to the test
You know i've tried to do my best
But maybe we weren't meant to strike gold
Sometimes things that you ignore
Are all the things i'm looking for
Will i learn to let go
Give into love and listen to my soul

I'm so
Damn curious to know
And there are too
Many unanswered questions
That we hold onto

Portraits of your loved ones
Are more than what you see
All the elements they capture
Are more to you than me
A different dimension we've yet to define
There's a forest to cut through with thorns and vines
There is no reason to try

Cause, i'm so
Damw curious to know
And there are too
Many unanswered questions...

I'm so
Damw curious to know
And there are too
Many unanswered questions
That we hold onto...
Like you

Para ver o clip clique aqui

quarta-feira, abril 06, 2011

Urgência

Não sei quais as respostas certas
Mas a verdade é que estou farta delas
Quero a urgência das perguntas...

Poema sem nome

O que dizer quando as palavras já não dizem nada.

Quando a alma pede algo adormecido.

Sonha sonhos acordada de algodão.

Voa para as nuvens tentando manter os pés no chão.

Quando vê um carrossel se põe a girar.

Tentando esconder o que não dá.

Desejando olhos mágicos que possam ver além.

As dúvidas, medos e receios

Se dissipam como vento.

E num segundo tudo volta.

Resgata lá do fundo seus achados e perdidos.

Incompleta, imperfeita.

Parece feita de proveta.

Constrói, desconstrói, destrói.

Sente a dor do parto como se partida.

Num giro raso sorri.

Inverte os pólos, eletrifica.

Nasce vívida...

terça-feira, abril 05, 2011

You and me - Lifehouse

All of the things that I want to say
Just aren't coming out right
I'm tripping in words
You got my head spinning
I don't know where to go from here

segunda-feira, abril 04, 2011

Ouve o meu silêncio

Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso...
(Clarice Lispector)

Poeta Mágico

A chama que acende a alma

Leva embora a tristeza

Dá um banho de destreza

Da cartola?

Agora saem as palavras

Com gestos conta a estória

Declama poesias ensaiadas

A platéia de olhos bem abertos se concentra

No mágico sem a capa

Inspirado e de veneta

Não há caderno nem caneta

Temperamental e exigente

O artista toma conta da gente

E transforma a poesia

Em pura magia

Assim é o Poeta Mágico

Que encanta as palavras

quarta-feira, março 30, 2011

Pra não dizer que não falei do Gessinger

O que você não pode eu não vou te pedir.
O que você não quer eu não quero insistir.
(...) Na verdade nada é uma palavra esperando tradução...

Sabedoria II

Aprendi que a mágoa corrói a gente por dentro.
É como tomar veneno e esperar que o outro morra, como disse Shakespeare.


III Simpósio Internacional sobre Metafísica e Filosofia Contemporânea No período de 06 a 08 de abril de 2011

O Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG), a Faculdade Católica de Uberlândia, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), estará promovendo no período de 06 a 08 de abril de 2011, o III Simpósio Internacional Sobre Metafísica e Filosofia Contemporânea. Com o tema “Metafísica e Violência”, o evento será realizado na Unimontes, sendo que contará com a participação dos seguintes conferencistas: Paul Gilbert (Pontifícia Università Gregoriana - Itália), Laura Piccioni (Università di Urbino - Itália), Marcelo Perine (PUC-SP).

Informações clique aqui.

terça-feira, março 29, 2011

Sabedoria

É preciso saber a hora de sair de cena...

segunda-feira, março 28, 2011

Adolescência

(The Cranberries)

If you, if you could return
Don't
let it burn, don't let it fade
I'm sure I'm not being rude
But it's just your attitude
It's tearing me apart
It's ruining everything
And I swore I swore I would be true
And honey so did you
So why were you holding her hand
Is that the way we stand
Were you lying all the time
Was it just a game to you

But I'm in so deep
You know I'm such a fool for you
You got me wrapped around your finger
Do you have to let it linger
Do you have to, do you have to
do you have to let it linger

Oh, I thought the world of you
I thought nothing could go wrong
But I was wrong
I was wrong
If you, if you could get by
Trying not to lie
Things wouldn't be so confused
And I wouldn't feel so used
But you always really knew
I just wanna be with you

And I'm in so deep
You know I'm such a fool for you
You got me wrapped around your finger
Do you have to let it linger
Do you have to. do you have to
do you have to let it linger

And I'm in so deep
You know I'm such a fool for you
You got me wrapped around your finger
Do you have to let it linger
Do you have to, do you have to
do you have to let it linger

You know I'm such a fool for you
You got me wrapped around your finger
Do you have to let it linger
Do you have to, do you have to
do you have to let it linger

Essa música tem cheiro de adolescência.

Foi um tempo de descobertas, dos primeiros amores.

Naquela época tudo parecia tão eterno, os sentimentos eram efervescentes.

Cortei o cabelo, usei meias três quartos e saia xadrez.

Foi um tempo logo depois da típica rebeldia adolescente.

Assisti A Viagem.

Descobri a minha fé, algo que me movia, me tranqüilizava.

Li Violetas na Janela e aprendi com Patrícia como se vivia no outro lado.

Foi o meu momento de desabrochar, quando escuto me transporto de novo para aquele lugar. A feira espírita na Praça Getúlio Vargas.

Morte de Vozinha Janice.

A decisão de estudar no antigo Colégio Agrícola. Foi um ano de muita amizade, Juninho, Alex, Jailton (in memorian), Léo, Giuliano, Fabinha, Beatriz, Renata, Rosélia, Tito, Cristovam, Giovanni, Diney, Cacau, Chris, Danilo, Júnior, Diu, tanta gente querida... Bom olhar para esta lista de amigos e perceber que, a maioria, continua presente na minha vida.

Festa de 15 anos.

Foi um ano incrível, me lembro com saudade.

Não é saudosismo porque o passado não pode ser mudado, mas é bom olhar pra trás e ter boas recordações, aprender com os erros, se orgulhar do que foi feito e perceber que, apesar de tudo, a vida vale muito à pena...

Saudade do que existiu.

Esse é o tom...