Renato Russo disse certa vez
que disciplina é liberdade. Muitos filmes independentes pecam no quesito
disciplina e se atrapalham na ânsia de criar algo novo, que de tão cult se
tornam incompreensíveis.
Apenas uma vez é desses filmes
raros que não tem medo de arriscar ao falar do amor sem fazer disso um clichê,
a linguagem é clara, real, filmada em câmera digital sem tripé.
O baixo orçamento não compromete
a história desse casal de músicos que se conhece nas ruas de Dublin. Ela (Markéta
Irglová) é uma pianista desconhecida, deixou o marido na Tchecoslováquia para
tentar dar uma vida melhor à filha e vende flores na rua. Ele (Glen Hansard),
desiludido com o amor, conserta aspiradores de pó na empresa do pai e nas horas
vagas canta nas ruas.
Os nomes dos personagens nunca
são ditos e esse toque sutil e delicado mostra o contraponto desse filme que
descarta o clichê do amor romântico. O diretor constrói a história de duas
pessoas reais, que poderiam ser qualquer um nós, vivendo a alegria e o medo de
se apaixonar.
Nessa película a música conta a
história dos personagens sem parecer piegas ou forçada, tudo é muito natural,
sem longos diálogos que tentam explicar o inexplicável.
Em Apenas Uma Vez a história de
amor ultrapassa o mero final feliz que torna as relações amorosas tão
limitadas, as expectativas são engolidas pela realidade, mas a emoção está
presente nos pequenos detalhes e fica impossível não se apaixonar por cada
pedaço, por cada música, por cada gesto.
É um filme manso, que trata do
mais genuíno amor, aquele momento que acontece raramente e não,
necessariamente, precisa ser vivido para ser bonito.
Uma experiência sublime que
espero não ter sido única, pois, como bem disse Pedro Miranda, merecemos filmes como esse MAIS de uma vez.
Ficha
Técnica
Título Original:Once
Gênero:Drama
Duração:1 hr 25 min
Ano de lançamento: 2006
Distribuidora: Fox Searchlight
Pictures / Imagem Filmes
Direção: John Carney
Roteiro: John Carney
Produção: Martina Niland
Música: Glen Hansard e Markéta
Irglová
Fotografia: Tim Fleming
Direção de Arte: Riad Karin
Figurino: Tiziana Corvisieri
Edição: Paul Mullen
Assisti "Once" há alguns anos e me lembro que me encantei pelo filme. Adoro histórias que fogem dos clichês, mesmo que contando um caso de amor. Fiquei com vontade de assistir de novo! Estou adorando as Sessões Cinema aqui no Acontece.
ResponderExcluirSuper beijo!
Eu sabia que vc iria se encantar, o filme cheio de música me fez pensar em vc e na doçura da sua voz...
ExcluirVc é um encanto de menina... Bjo
òtima forma de "resenhar" o filme, Letícia. E pela trama me parece ser mito bom pelo fato de passar coisas que acontecem mesmo, nada de especular senão o viver!
ResponderExcluirÉ isso mesmo... E é essa simplicidade que me encantou...
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