É
um lugar bonito, entre morro e morro, com muita pedreira e muito mato, distante
de qualquer parte... Guimarães Rosa
Familiar, assim soou Mutum, mas
essa sensação não se deve só a magnífica fotografia, a exuberância da paisagem
do sertão e ao modo peculiar de falar dos sertanejos. A verdade é que esses
elementos, somados a sensível direção de Sandra Kogut e a belíssima interpretação
de Thiago me fizeram lembrar que “o sertão é o mundo e, contraditoriamente,
cabe dentro da gente”.
O filme é inspirado na obra
Campo Geral de Guimarães Rosa, digo isso porque não se trata de uma adaptação
propriamente dita, Sandra Kogut deu ao roteiro uma liberdade que permitiu aos
atores, especialmente a Thiago, que a história fosse contada nos termos do
sertão atual. E por conta dessa atitude, um tanto arriscada, é verdade, Mutum
se transformou numa obra prima, fazendo jus ao legado roseano.
O filme conta a história de
Thiago, um garoto de dez anos que vive no Mutum, lugar isolado do sertão de
Minas Gerais. Thiago é um menino diferente e é através dos seus olhos que
enxergamos o mundo nebuloso dos adultos.
Por seu olhar vamos conhecendo
cada personagem que compõe essa história, a mãe amorosa, o irmão e amigo
Felipe, o tio conselheiro e o pai violento que considera a sensibilidade um
luxo que ele mesmo não pode se permitir.
Nesse ambiente, Thiago, um
menino cheio de sentimentos, precisa confrontar e descobrir o mundo ao mesmo
tempo em que aprende a deixá-lo.
Uma película sublime que será
exibida pelo projeto Cine Sesc, na próxima quarta-feira, dia 25 de abril, às 19
horas, nas dependências do SESC Januária.
Informações e reservas pelo
telefone 3621-1089, ramal 205 com Rosinha.
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