François
Truffaut foi um dos fundadores do movimento cinematográfico francês conhecido
como Nouvelle Vague que se caracterizava pelo mote contestatório que movia
jovens diretores no desejo de transgredir as regras do cinema comercial.
Truffaut
é considerado um dos maiores ícones da história do cinema do século XX tendo
dirigido mais de 26 filmes.
Apenas
essa descrição bastaria, mas a gente sempre quer saber tudo e por isso é
importante dizer que o filme, Os Incompreendidos, foi indicado ao Oscar na
categoria de melhor roteiro e sagrou-se vencedor no Festival de Cannes levando
o prêmio de melhor direção.
Para
aguçar ainda mais a curiosidade direi também que em seu primeiro longa-metragem
Truffaut dirigiu um filme autobiográfico que conta a história de Antoine Doinel
um garoto de 14 anos que se rebela contra o autoritarismo da escola e a
rejeição dos pais, sendo o personagem considerado o alter-ego do diretor. Os
Incompreendidos é o primeiro de uma série de cinco filmes que retrata as
diferentes fases da vida do mesmo personagem.
Mas
pensando bem não são esses atributos que fazem o filme ser maravilhoso, o mais
importante, além dos prêmios e de todo reconhecimento, é o fato de Truffaut
trazer a tela um jeito poético de contar as agruras da adolescência. É a sua
habilidade de mostrar como “problemas” comuns podem ser amplificados a um ponto
desmedido, como o tratamento reacionário pode interferir na vida de um jovem
quase o levando a um caminho sem volta. E como o ato de se rebelar pode ser uma
maneira de fugir de um destino que parece fatal.
É
uma película ímpar onde o expectador é testemunha da genialidade de um diretor,
um trabalho de sensibilidade capaz de transformar a atuação de um jovem ator
numa dessas raridades que dá ao cinema o título de sétima arte.
Aproveito
o ensejo para convidar os amigos a assistirem a próxima sessão do Cine Sesc no
dia 11 de abril, as 19 horas, nas dependências do Sesc Januária. O filme
exibido será Entre os Muros da Escola, dirigido por Laurent Cantet. Imperdível!
Os Incompreendidos é um filme de pura poesia visual. Abraço Letícia! Suerdes Viana
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